A disfunção erétil (DE) é a incapacidade de alcançar ou manter uma
ereção suficiente e satisfatória no ato sexual (NIH 1993). O termo mais
utilizado, inicialmente, para referir esta patologia era “impotência”. No
entanto trata-se de uma designação com conotação depreciativa e não específica,
tendo sido posteriormente substituída por disfunção erétil (Moreira et al.,
2002). Esta desordem afeta cerca de 150 milhões de homens em todo o mundo, com
estimativa de aumentar a prevalência para acima de 300 milhões até 2025 (Ayta,
McKinlay, Krane , 1999). A DE aumenta com a idade afetando, de 5 a 10%, homens
com idade de 40 anos e, 40 a 60%, homens com 70 anos (Feldman et al., 1994). Embora
não seja letal, DE, compromete o bem-estar e a qualidade de vida.
A disfunção erétil partilha fatores de risco comuns com as doenças
cardiovasculares (DCV), sendo que vários estudos clínicos têm mostrado que a DE
prediz a presença e a extensão de aterosclerose (Peixoto 2012). A implementação
de bons hábitos, que passam pela modificação dos estilos de vida – evitar o
álcool e o tabaco, promover a atividade física regular – e o controle adequado
da pressão arterial, da diabetes mellitus e de dislipidemias
diminui a propensão para desenvolver DE (Perdigão et al., 2008). A
DE é um sintoma e um alerta para doença vascular silenciosa. Um homem com
disfunção erétil mas sem nenhum sintoma cardiovascular é um paciente cardíaco
segundo a terceira conferência de Princeton (Princeton III) realizada em 2010.
Essa mesma conferência enfatiza a importância da
avaliação do risco cardiovascular em homens com DE, ou seja, medidas de glicose
e lipídeos no sangue, bem como, medida de pressão arterial, teste ergométrico e eletrocardiograma para facilitar a estratificação de risco.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) foi
criada, no Brasil, pelo médico sanitarista José Gomes Temporão em março de
2008. Essa política propõe qualificar a atenção à saúde da população masculina
na perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade da atenção,
ou seja, promover, prevenir e assistir os homens compreendendo suas
particularidades (Vieira et al., 2011). A população masculina alvo da Política
de Atenção Integral à Saúde do Homem se estabeleceu na faixa etária de 25 a 59 anos
que corresponde a 41,3 % da população masculina ou a 20% do total da população
do Brasil. Essa população também corresponde a parcela preponderante da força
produtiva, e exerce um significativo papel sociocultural e político.
Aproximadamente 75% das enfermidades e agravos dessa população está concentrada
em cinco grandes áreas especializadas: cardiologia, urologia, saúde mental,
gastroenterologia e pneumologia (ministério da saúde 2008).
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