A medida da pressão arterial é o elemento-chave
para o estabelecimento do diagnóstico da hipertensão arterial e a avaliação da
eficácia do tratamento. A medida da pressão arterial deve ser realizada em toda
avaliação de saúde, por médicos das diferentes especialidades e demais
profissionais da área de saúde, todos devidamente treinados. Hipertensão arterial é uma doença crônica determinada por elevados níveis de pressão sanguínea nas artérias, o que exige do coração esforço maior do que o normal
para fazer circular o sangue através
dos vasos sanguíneos. A
pressão sanguínea envolve duas medidas, sistólica e diastólica, referentes ao período em que o músculo cardíaco
está contraído (sistólica) ou relaxado (diastólica). A pressão normal em
repouso situa-se entre os 100 e 140 mmHg para a sistólica e entre 60 e 90 mmHg para a
diastólica (WHO 2003). Abaixo está uma tabela de classificação da
pressão arterial fornecida pela V diretrizes Brasileiras de hipertensão arterial, 2006.
Classificação da pressão arterial de acordo
com a medida casual no consultório (> 18 anos)
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Classificação
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Pressão sistólica (mmHg)
|
Pressão diastólica
(mmHg)
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Ótima
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< 120
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< 80
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Normal
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< 130
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< 85
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Limítrofe
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130-139
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85-89
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Hipertensão estágio 1
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140-159
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90-99
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Hipertensão estágio 2
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160-179
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100-109
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Hipertensão estágio 3
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≥ 180
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≥ 110
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Hipertensão sistólica isolada
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≥ 140
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< 90
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Quando as pressões sistólica e
diastólica de um paciente situam-se em categorias diferentes, a maior deve
ser utilizada para classificação da pressão arterial.
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Segundo a V diretrizes Brasileiras de hipertensão
arterial, a elevação da pressão arterial representa um fator de risco
independente, linear e contínuo para doença cardiovascular (Lewington et al., 2003).
A hipertensão arterial apresenta custos médicos e socioeconômicos elevados,
decorrentes principalmente das suas complicações, tais como: doença
cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca,
insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades. No Brasil, em
2003, 27,4% dos óbitos foram decorrentes de doenças cardiovasculares, atingindo
37% quando são excluídos os óbitos por causas mal definidas e a violência. A
principal causa de morte em todas as regiões do Brasil é o acidente vascular
cerebral, acometendo as mulheres em maior proporção (Lotufo 2005). A
hipertensão arterial e as doenças relacionadas à pressão arterial são
responsáveis por alta freqüência de internações. Insuficiência cardíaca é a
principal causa de hospitalização entre as doenças cardiovasculares, sendo duas
vezes mais freqüente que as internações por acidente vascular cerebral.
Também, segundo a V diretrizes Brasileiras de
hipertensão arterial, os fatores de risco para hipertensão arterial são:
Idade: A pressão arterial aumenta linearmente com a idade (Vasan et al., 2001).
Sexo e etnia: A prevalência global de hipertensão entre homens
(26,6%; IC 95% 26,0-27,2%) e mulheres (26,1%; IC 95% 25,5-26,6%) insinua que
sexo não é um fator de risco para hipertensão. Estimativas globais sugerem
taxas de hipertensão mais elevadas para homens até os 50 anos e para mulheres a
partir da sexta década (Kearney et al., 2005). Hipertensão é mais prevalente em
mulheres afrodescendentes com excesso de risco de hipertensão de até 130% em
relação às mulheres brancas (Lessa 2001).
Fatores socioeconômicos: Nível socioeconômico
mais baixo está associado a maior prevalência de hipertensão arterial e de
fatores de risco para elevação da pressão arterial. Hábitos dietéticos, incluindo consumo de sal e
ingestão de álcool, índice de massa corpórea aumentado, estresse psicossocial,
menor acesso aos cuidados de saúde e nível educacional são possíveis fatores
associados (Drumond e Barros 1999).
Sal: O excesso de consumo de sódio contribui para a
ocorrência de hipertensão arterial (Trials of Hypertension Prevention, Phase I 1992).
Obesidade: O excesso de massa corporal é um fator
predisponente para a hipertensão, podendo ser responsável por 20% a 30% dos
casos de hipertensão arterial16; 75% dos homens e 65% das mulheres apresentam
hipertensão diretamente atribuível a sobrepeso e obesidade.
Álcool: O consumo elevado de bebidas alcoólicas como
cerveja, vinho e destilados aumenta a pressão arterial. O efeito varia com o
gênero, e a magnitude está associada à quantidade de etanol e à freqüência de
ingestão (Stranges et al., 2004). O efeito do consumo leve a moderado de etanol
não está definitivamente estabelecido. Verifica-se redução média de 3,3 mmHg
(2,5 a 4,1 mmHg) na pressão sistólica e 2,0 mmHg (1,5 a 2,6 mmHg) na pressão
diastólica com a redução no consumo de etanol (Xin et al., 2001).
Sedentarismo: O sedentarismo aumenta a incidência de hipertensão
arterial. Indivíduos sedentários apresentam risco aproximado 30% maior de
desenvolver hipertensão que os ativos (Paffenbarger et al., 1991; Fagard 2005). O exercício aeróbio
apresenta efeito hipotensor maior em indivíduos hipertensos que normotensos (Whelton et al.,
2002).
Para acessar o manual da V diretrizes de hipertensão arterial clique no endereço abaixo:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/v_diretrizes_brasileira_hipertensao_arterial_2006.pdf
Para acessar o manual da V diretrizes de hipertensão arterial clique no endereço abaixo:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/v_diretrizes_brasileira_hipertensao_arterial_2006.pdf